Momentos chave...

Estes dias têm sido muito interessantes e até mesmo surpreendentes.

Há de tudo...gente que ao fazer de conta diz coisas pela boca fora, gente que se revela em dois dias como nunca se revelou em meses, gente que parece fazer de conta que nada está a acontecer, gente que se comove, gente que se admira, gente que me acha louca, gente que queria ter coragem também, gente que ignora, gente que me acarinha, gente que passa por cima, gente que fica descansada, etc...Acima de tudo, fico com a certeza que há gente que esquece já amanhã e gente que, apesar do nunca ser muito tempo, nunca vai esquecer...

Do meu lado há uma certeza: há pessoas, locais, momentos, coisas que nunca esquecerei e o ser humano tem algo inestimável...a capacidade de recordar...esqueci muita coisa, mas lembro muito mais, porque sim, porque quero, mas porque tudo o que lembro faz de mim quem eu sou...é a minha identidade!

Lei da Consequência

Ontem tive a confirmação que afinal aquilo que eu já suspeitava acontece mesmo. A famoso lei do retorno ou lei da consequência, isto é, aquilo que fazemos de bem ou de mal volta para trás, muitas vezes em dobro, como se o mundo nos quisesse dar uma grande lição.

Não fico contente por ter tido essa prova, afinal a infelicidade dos outros não me faz feliz, mas fico satisfeita por perceber que estou no caminho certo, aquele que me confirma que fazer o bem, me traz coisas boas de volta! Muito havia para dizer sobre este assunto, mas mais do que palavras são as consequências e essas acabam por fazer ricochete e voltar ao princípio de um círculo que quando começa bem, acaba bem, mas se começar mal, e mesmo que a meio esteja bem, acaba mal.  O arrependimento não corrige...

Espero que desejo que esta lei seja tão natural como a sede e que continue a fazer das suas, pois muito há ainda para perceber, esclarecer e confirmar. Muita justiça há para ser feita. Sinto-me aliviada por perceber que agi certo e que estou a receber em dobro as consequências dessas minhas ações :D

Afinal, "uma força não pode exercer uma ação, sem, no mesmo instante, gerar uma reação igual e diretamente oposta..."

Vale a pena pensar nisto...

Aeroporto

Um episódio...

"Um dia no terminal de aeroporto...dia 16 de um qualquer mês de um ano qualquer. Pensou, refletiu, fez um exercício de encerramento de histórias! Sabia que nunca mais iria amar ninguém assim, mas também sabia que, a maior parte das vezes, não podemos ter aquilo que acreditamos ser o ideal e quando isso acontece há que procurar um plano B...Sabia que era isso que estava a fazer naquele momento: a tentar construir uma nova narrativa, mais adequada, mais real, mais feliz. Claro que deixar sonhos para trás é doloroso, claro que ter saudades faz parte, mas aquilo que tinha de ser feito assim obrigava. 

Reencontrá-lo, dois anos depois, era muito bom. O seu corpo tremeu, o abraço foi forte e sentido. Sabia que ele ainda gostava e que tinha na memória as suas feições e o seu jeito de ser. Como podem as emoções e sentimentos serem coisas tão fortes?Como podemos seguir em frente quando sabemos que deixámos partir, para outras paragens, quem nos poderia fazer feliz?Gostava de ter tido a coragem de lhe pedir para largar tudo e ficar assim para sempre. Não teve e a sua vida seguiu o rumo natural. Quando se perguntou como foi capaz de estar com alguém nas suas circunstâncias, não alcançou nenhuma resposta. A única coisa que conseguiu lembrar foi o que sentia quando estavam juntos...era intenso, forte, gostoso, genuíno. Era felicidade, por isso não se arrependia, mas deixou que as coisas seguissem assim...ao sabor da vida. 

Também agora é isso...seguir o sabor da vida, baixando os braços e deixar que uma história termine de morte natural, pois o rumo é distinto. Emocionalmente, queria ter coragem de se desprender para sempre. Queria ficar sua amiga, mas essa era a maneira mais difícil de fazer as coisas. Por isso, a única alternativa era colocar um daqueles grandes e pretos pontos finais que sempre encontramos no fim de qualquer história quando o livro acaba e a contra capa se vira. Poderá não conseguir, mas poderá tentar.

Depois de tantas batalhas perdidas, porque não enfrentar mais esta, só com medo de a perder? Começa já hoje por fazer uma despedida e depois quando regressares faz de conta que desapareceu. Afinal o respeito que ele tem pelo que sentes, também já desapareceu faz tempo..."

7 vidas de um gato

A espera não foi longa...o gato tinha sete vidas quando nasceu, mas sete não é infinito...o gato à oitava vez saltou do telhado e não voltou a abrir os olhos. Eram 23 horas quando o seu último fôlego quebrou o silêncio de uma segunda-feira à noite numa casa vazia numa ilha, às vezes, deserta. Afinal o gato tinha fechado os olhos para sempre...

A dor toma conta de nós, a saudade ganha vida, a tristeza ocupa espaço em casa e o silêncio ganha terreno, na forma como se partilham momentos...esta dor é um ácido que corrói o mais precioso dos metais, a felicidade. Ver os teus olhos vazios e tristes é pior que qualquer dor física, não há aspirina que me alivie o nó que se apodera da minha garganta!

Linha

Certamente que aquilo que todos temos por certo...

é também aquilo que mais custa a aceitar...

custa ver a linha a ficar cada mais fina...

custa esperar que ela parta...

e custa ainda mais perceber que depois de partida não há regresso, não há retorno.

Agora é esperar, ansiosamente, em sobressalto, que de um puxão a linha rebente e o "certo" tome conta da vida!

Tubo de ensaio

Mesmo sem me aperceber, tem-se tornado hábito, no início de cada ano, fazer escolhas que interferem de forma muito significativa com o percurso da minha vida...este ano não foi diferente, acho até que obtei uns dias antes do fim do ano, sendo que comecei o novo com um pé perto de uma escolha que implica muitas mudanças...difícil será com certeza. Nós, humanamente, gostamos de rotina, hábitos e zonas de conforto. Ui... sair para o desconhecido, mudar, largar o certo e escolher o incerto, cria, acima de tudo, minhocas na cabeça, dúvidas e inquietações...mas e se não tentarmos???

Os ses são para mim mais nefastos do que o medo da mudança...logo se vê, ai vou eu! Mas o que pode acontecer? No pior dos cenários concluo que era um erro e retomo do ponto de onde parti para a aventura...erros constroem melhores pessoas, melhores escolhas, melhores futuros. Quem nunca errou por não saber é porque nunca viveu e quem erra por viver não precisa de ser julgado, a vida encarrega-se de mostrar o que estava mal...todos teremos telhados de vidro e, neste tubo de ensaio que é a vida, errar nas experiências em quantidade faz parte...atire a primeira pedra quem não tem medo que o seu telhado se parta...

Next stop...

Relembrar o passado é a minha cena;

Controlar o presente é-me difícil;

Prever o futuro é bruxaria...

Mas...bem sei qual é a próxima paragem. Estou numa fase de pessimismo a aguardar um telefonema que diga: "pronto já está!" E se isto tem um lado positivo que é preparar-me para receber uma má notícia, tem um lado mau e fortemente desgastante...é hoje? é amanhã? quando será?

Na busca pelo sentido da minha vida confronto-me com a morte. Porque será que é preciso sofrer acordado, consciente e vivo?Mas pior ainda porque será que temos de esperar para morrer fisicamente quando por dentro morremos há tanto tempo, devagarinho, perdendo capacidades de ver, ouvir, cheirar e sentir?

Não sabes quem és, esqueceste tudo aquilo que fazia de ti pessoa, não sentes, não vives, não ouves, não falas...como se tivesses amarrada à morte, mas estando viva. Para quê, porquê?

Faz-me pouco sentido ter de aguentar este fardo assim, numa altura em que o descanso, a paz e o sossego deviam imperar no teu reino depois de uma vida inteira cheia de luta, mágoas e amarguras...

Será tido por alguns como egoísmo, por outros como coragem, mas para mim morrer e descansar em paz sem  novo sofrimento devia ser regra e não excepção.  

...o sentido da vida é vivê-la e não "morre-la"...

Sombra...

Na sombra de uns meses existiram promessas vãs, mas duradouras. Não é à toa que o seu impato se mantém em mim até hoje. Nem sempre é fácil descer degraus a pique e perceber que as promessas são mentiras ingénuas e aparentemente tão inocentes próprias de idades diferentes. Mais do que descer degraus a pique é levantar-me e voltar a acreditar... Ainda estou na sombra a pensar... afinal quando voltarei a acreditar no que quer que seja que alguém me diga...nunca pensei que após uma, viesse outra promessa aparentemente tão sincera e diferente e afinal era mais do mesmo.

Escassa mente...

Tenho-me sentado algumas vezes em frente ao quadrado branco do blog para vos escrever algo, mas a cabeça tem andado tão ocupada a magicar coisas, a ponderar, a refletir, a sentir, a estudar caminhos diferentes...que não consigo. A criatividade teve um colapso e está ligada às máquinas em coma. O tempo livre não é muito e a disponibilidade mental é nenhuma!

No reino da lili imperam as dúvidas e as certezas fizeram o que os nossos políticos mandaram...emigraram!

Hoje posso dizer-vos que queria chegar ali à cozinha, pôr a cabeça dentro do forno e imaginando que este era uma máquina especial, ainda por inventar, desejava teletransportar-me para outro lugar. Nesse momento tudo acalmava e a criatividade acordava...não há nada como magicar e tirar coelhos da cartola que nos fazem acreditar que a arte de viver é um gesto mágico só ao alcance dos mais treinados e talentosos...

Confusos?Pois então não se preocupem...eu também estou e isso é, apenas, o resultado do meu estado de espírito...

Lili's version

...
-"Podemos ser amigos agora?
- Não, não podemos!
- Estarei sempre aqui, se me permitires...
- Alguma vez desisti de ti durante todo este tempo?
- Nunca
- Então o que te faz pensar que agora vou desistir?"
...

Ideias soltas

O povo diz muita coisa...algumas fazem-me sentido, outras consigo entender e há outras ainda que sei que servem de barrete para alguém mas eu não entendo...

Hoje passei o dia a pensar e cismei com duas coisas: 1ª "olhos que não vêem, coração que não sente" ou numa outra versão "Longe da vista, longe do coração";  2ª "nem tudo o que luz é ouro". 

Se me perguntarem o que a primeira tem a ver com a segunda, não sei responder, mas cismei com isto. 

Estou numa fase em que prefiro não ver, não saber, não sentir, não imaginar, e isso sim, tem-me feito muito bem. A minha imaginação nem sempre é aliada ou amiga, por vezes prega-me partidas e trai a minha confiança, logo arranjei uma forma de isso não acontecer...cortei relações com ela e estou muito mais feliz porque para além de não imaginar também não vejo, não quero ver e muito menos saber!

Borboletas no ar...

Hoje, naquele em que é o dia em que todos se lembram de festejar o amor, eu festejei apenas os momentos do passado em que vivi o amor...foram alguns bons momentos, talvez muitos, guardados, na verdade, no disco externo porque não cabem mais na memória, ou melhor, porque não convém estarem sempre acessíveis sob pena de a saudade magoar mais do que a capacidade de recordar e sorrir na lembrança dos bons momentos.

Há quem diga que não podemos ficar presos ao passado e eu estou totalmente de acordo, mas e quando o presente não nos faz sorrir tanto como o passado como fazemos?Só me ocorre a alternativa de ao adormecer fechar os olhos e reviver a saudade de dias em que sorri, em que anseei por um beijo que me aquecia a alma, em que um abraço me protegia, em que as picardias me fazia ter raiva, em que me sentia desejada...

Esta é a forma que hoje tenho de celebrar o amor, reconhecendo que já o vivi e relembrando o que senti...

A viagem...

O teu tempo não era o meu tempo...

O teu caminho sempre foi diferente do meu...

As mágoas e os pedidos de desculpa foram mais que muitos, mais do que qualquer sentimento suporta...

As vezes que me magoaste corroeram a confiança, chegando até a destrui-la...

As promessas nunca cumpridas excederam o humanamente compreensível...

As mentiras, apesar de terem um objetivo, abriram feridas que nunca sararam...

Os dias inesquecíveis foram menos que os dias dolorosamente relembrados...

A luta travada nunca deu frutos...foi inglória...

Os erros cometidos foram repetidos, parece que nunca aprendemos nada com eles...

E no fim que resta?Pensando bem, NADA.

Não somos máquinas, porque sentimos, porque criamos ilusões e logo nos desiludimos. Não há nenhum sentimento por mais forte ou cego que seja que sobreviva a tempestades constantes, a traições, a mentiras, a falsas promessas, a maltrato verbal, a ausência, a presença apenas via sms, a mau humor constante, a instabilidade...

Um dia para voltar a viver é preciso...partir...eu já tinha partido antes mas não tinha tido essa consciência.

Agora sim, tenho a certeza que esta viagem é só de ida...

finalmente,

estava cansada!

Frases feitas

Bem vindo 2012...

Hoje passei o dia a dizer: "ano novo, vida nova", intercalando tal expressão com uma outra tão igual e tão diferente..."ano novo, vida velha!" Mas afinal que andei a dizer o dia todo? Quem me conhece sabe bem que não digo nada só por dizer, muito menos digo aquilo que não penso ou não sinto (bem sei que não é assim com a maior parte das pessoas, mas eu sou assim), logo se disse isto todo o dia, tenho de refletir no seu porquê. Ao fim ao cabo, todos desejamos mudanças e todos guardamos uma esperança secreta de que o novo ano nos traga algo novo, algo diferente, às vezes nem sabemos muito bem o que é. Hoje quando algo insignificante, mas diferente me aconteceu, repeti "ano novo, vida nova". Contudo, todos adoramos rotina, temos hábitos e resistimos a mudar e por isso, repeti inúmeras vezes, para confirmar que a mudança de 1 para 2 à meia noite do dia 31 de Dezembro não me trouxe nada que alterasse a minha rotineira vida, afinal "ano novo, vida velha". Às vezes é tão bom quando isto é assim...

Confusos???eu também...mas consigo pelo menos explicar porque repeti estas frases vezes sem conta hoje e consigo também dizer que hoje se fechou a portinha de um palheiro, para se iniciar a construção de um palácio com pilares de ferro, com uma porta à minha altura. Não se preocupem, o palheiro está destruído mas eu não vou dormir na rua, algo novo e quente me aquece a alma...