quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Nem bem, nem mal!

Nem sempre é fácil conciliar opiniões, maneiras de ser, de estar, de sentir...ultimamente tenho sentido alguma dificuldade em me fazer compreender, nem sempre me sinto capaz de chegar aos outros, de tentar que os outros percebam aquilo que quero transmitir! Não sei muito bem o que se passa comigo...ando meia assim!Nem sem explicar...até pareço o sol de Inverno por detrás de nuvens escuras numa manhã fria...o vento sopra mas nem sempre na mesma direcção!O sol brilha mas pouco forte, não me chega a aquecer, nem o corpo, nem a alma! Nem tão pouco me deixa bem o suficiente para conseguir dizer o que quero, quando quero e da forma como quero!Medir palavras é tão sufocante quanto manter o silêncio diário, mesmo com vontade de gritar sem parar!!!!Se pudesse ir ao encontro da lilianolândia, já aqui não estaria...O meu mundo é de fácil gestão...mas gerir o meu mundo com os outros...credo, até tenho vontade de fugir!!!!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Dúvida por detrás de outrem...

Passar os dias a reflectir, a racionalizar e a transferir sentimentos para o lado de cá do cérebro, aquele que nos impede de sentir e nos deixa sempre mais tristes...Afinal qual o lado bom destes momentos sem sentido?
Não perceber a existência humana é questionar sem parar o funcionamento da nossa mente?Queria poder ter um botão (push the button), aquele que depois de pressionado me permitia ir mais além, me deixava fazer sem perguntar se estava bem feito, aquele que dava largas à imaginação, me deixava livre e solta...Não sou uma louca controlada, sou uma insana controlada à força por uma mente retrógada que por defeito de fabrico e de formação chegou ao cúmulo de quer fazer aquilo que não se permite fazer!

As ideias, as vontades, os desejos e incrivelmente os sentimentos ganham sentidos proibidos constantes impostos por um código, quase semelhante ao da estrada, que todos conhecem mas poucos cumprem! Os sentidos proibidos da minha mente deixam-me quase louca: faço, não faço; vou, não vou; sinto, não posso sentir; quero, não posso querer...Era preferivel um sinal de rua sem saída que estes constantes sentir é proibido que me imponho de uma forma ditatorial!

Os meus momentos de equilíbrio são tão transitórios...Crio logo, de novo surgem...novos problemas, novas incertezas e consequentemente novas contradições.

A minha existência tem em si a dúvida e o seu principal sinal são os contínuos processos de agitação e transformação...

domingo, 16 de novembro de 2008

Meu amor, era de noite!!

E em meia dúzia de páginas de um livro do qual não esperava encontrei sábias palavras capazes de resumir ideias que poderiam dar volumes de uma colecção sobre o que é ser humano.
Partilho aqui alguns parágrafos que roubo, entre aspas, a Vasco Graça Moura.
"Mas há pessoas que dizem querer sempre mais e mais e acabam a reduzir-se ao mínimo por iniciativa própria. Com isso destroem tudo: o que mais que quereriam, o mais que nunca chegam a ter, o menos em que resvalam e a sinceridade que aparentavam."
"Há pessoas que garantem solenemente uma coisa e fazem outra, a poucos dias de distância, fabricando de modo articifial um simulacro de espaço moral e uma hipótese de esquecimento, tudo em nome de uma dignidade mal-entendida. Talvez essas pessoas tenham medo da solidão e prefiram hipotecar ao futuro, contabilizando o presente desde já."
"A primeira saudade é a de um bem-estar fulgurante e tranquilo, de uma sensação que inunda a alma e corpo por dentro e que nos leva a sentir que nada está fora do seu lugar, que se está certo nesse lugar e certo na relação de um com o outro, que tudo é musical e luminoso, que a harmonia está numa compreensão íntima a vir de uma tensão permanente de ternura, inteligência, sensibilidade e desejo."
Agora deixo um desafio aos mais hábeis e corajosos: qual é a segunda saudade?

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A coragem de estar/ser sozinho!

Durante muito tempo me perguntei de que forma estar sozinho e não ser chateado por ninguém poderia ser uma tristeza. Muitas foram as vezes em que não percebi as tuas queixas. Afinal, sempre que eu estava sozinha tinha tempo, espaço e disponibilidade para me reencontrar e estar comigo.
É certo que tudo na vida acaba por ter um sentido, mais cedo ou mais tarde, mas talvez aconteça fora de tempo. Queria poder dizer-te que te compreendo, que aceito e até concordo com tudo o que me foste dizendo ao longo dos anos, mas hoje é tarde, pois não me vais ouvir, nem sentir aquilo que sinto como fazendo parte do teu eu, sempre disponível, teimoso, perspicaz, lutador e honesto. Ainda bem que me foste ensinando e transmitindo coisas. Ainda bem que não desististe cada vez que gritei e te disse que não. Ainda bem que percebeste que era, primeiro, uma criança e, depois, uma adolescente. Hoje sou uma mulher que sente a tua falta…
Sabes, se calhar não sabes porque nunca te disse, mas foste, és e serás uma das pessoas mais importantes da minha vida. Lembrei-me do sabor e do cheiro das tuas costeletas de cebolada que nunca ninguém, nunca mais, conseguiu fazer assim. Lembro-me de ti sentada a acompanhar mais um episódio da novela com entusiasmo de esquecer tudo o que te rodeava. Lembro-me de ti queixando-se de mais um dia de solidão, sem partilha e sem retorno, sem paixão e sem amor. Lembro-me de mais um esquema que conseguias elaborar para poderes ir passear. Lembro-me de tudo, tudo o que me ensinaste, tudo o que sem querer me transmitiste, tudo o que fui aprendendo sem que tivesses a intenção de me ensinar…Lembro-me da tua forma peculiar de ser carinhosa, da tua dádiva e do teu sofrimento por perderes uma filha e um companheiro de vida num curto espaço de tempo. Lembro-me todos os dias de ti.
Recordo com saudade os momentos passados, lembro com paixão aquilo que ainda sinto cada vez que discuto com ele como se fosses tu e eu fosse adolescente.
Gostaria que pudesses sentir os meus dias como eu sinto. Tenho a certeza que estarias aqui muito orgulhosa daquilo que foste capaz de fazer por mim e de mim. As bolhinhas que correm no meu sangue e que me impulsionam a ser e a fazer são também tuas.
Sabes…sou psicóloga e trabalho todos os dias com o coração e a alma como principais ferramentas. Lembras-te? Era de alma e coração que gostávamos uma da outra. Afinal, muito do que sou é parte daquilo que és. Continuas viva dentro de mim e é com parte daquilo que me deixaste que trabalho diariamente…Obrigada e Parabéns…

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Imprevisivelmente futurista!


Sentada na varanda depois de um jantar de pizza caseira pensava no percurso percorrido até aqui. Aquilo que me trouxe aqui, tudo o que perdi, deixei para trás e como aqui cheguei. E não, não falo da forma como vim, afinal só se entra na ilha ou de barco ou de avião e como de marinheiro não tenho nada, vim de avião. Falo do caminho, das coisas porque passei e das vivências aqui passadas que nunca imaginei...falo das pessoas que aqui reencontrei, com as quais convivo, das com quem trabalho e daquelas com quem co-habito. Nunca, no ano lectivo 2006/07, quando partilhava reuniões de estágio e/ou mestrado pensei alguma vez voltar a encontrar algumas pessoas e ser possível crescer uma tal amizade.
Afinal quando tentava prever o futuro não cabiam nos meus planos tais vivências. Sempre pensei poder controlar a minha vida, sempre sonhei com aquilo que queria para mim e nunca imaginei nem sequer conseguir, até porque a minha teimosia faz de mim alguém que acredita nos seus ideais e luta...contudo, cada dia faz parte do passado, mas também foi um futuro que imprevisivelmente era uma surpresa.
Um dia, há muitos anos atrás, acreditei que podia prever ou melhor adivinhar o meu futuro, hoje sei que posso fazê-lo mas nunca de uma forma realista...tratam-se de sonhos diários e não de acções ou vivências concretas. Engraçado como alguém de 25 anos deixa de acreditar no dia de amanhã e passa a viver cada dia de forma única, deitando-se à noite sem imaginar o que o futuro lhe reserva...afinal a realidade serve-se crua e fria e de idealista tem muito pouco! As mágoas são algumas e encerram em si desilusões de um dia ter planeado o imprevisível futuro...o melhor da vida são as surpresas!!!