terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Tudo o que quero dar!

Gostava de poder estar hoje aqui escrevendo sem ter o sentimento de que mais um ano passou por mim...realmente não queria fazer um balanço que traduzisse mais um post negativo, mas não alcancei os meus principais objectivos. Também não sei se sou muito exigente com a vida ou comigo mesma...
O ano de 2008 começou de forma atribulada, mas em Fevereiro comecei a acreditar que poderia ser o ano do reencontro com o amor. Durante dois meses sonhei, ri, dei gargalhadas e contemplei a vida. Agradeci aos deuses a oportunidade de poder acordar a olhar para dentro de alguém que me inspirava, me dava confiança e me fazia sorrir, assim simplesmente, sem motivo aparente. Ainda me beliscava para acreditar que estes momentos eram reais quando uma mudança me obrigou a seguir novo caminho. Lembro-me de ter partilhado com alguém que me é muito querido uma frase que traduz muito bem o ano que hoje chega ao fim "é sempre assim, dão-me com uma mão e retiram-me com a outra!" Deixei de me beliscar porque afinal esta história era pouco real, grande parte dos seus capítulos foram criados por mim, apenas por mim e não teve um final de história infantil ou de filme de hollywood, não acabou bem.
Hoje encaro o ano de 2008 de uma forma mais positiva, também já estou há 9 meses na ilha e aqui ganhei imenso...Faço um balanço positivo...credo. Ano das desilusões, mas essencialmente ano das conquistas, dos reencontros, da amizade, da compreensão e da vontade incrível de fazer uma loucura por amor...tenho pena de não saber qual amor, porque quando o souber, ideias para loucuras tenho todos os dias!

Queria agradecer a oportunidade que tive de poder reencontrar pessoas espectaculares, amigos de uma adolescência conturbada, mas que me marcaram de uma forma muito boa, que me ajudaram a construir. Queria também agradecer a oportunidade que este ano me deu de não reencontrar mas encontrar novas pessoas. Aquelas com quem convivo diariamente e que me dão lições de vida, de força, de coragem...têm sido especialíssimas!Para além disso, esta oportunidade de emprego tem sido muito boa. Já não culpo a ilha, agora agradeço esta bênção e quero poder ficar aqui a crescer por mais algum tempo...
Planos para 2009?Não sei, nem quero pensar muito nisso, gostava de viajar, de me reencontrar fisicamente com alguém com quem me reencontrei de uma outra forma, quero continuar a emocionar-me sempre que vejo um filme, quero chorar de alegria, quero sorrir para disfarçar a tristeza, quero essencialmente poder continuar a partilhar pensamentos!
Desejo que desejem muitas coisas em 2009, só assim conseguirão realizar parte delas...Um ano de sorrisos!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Dedicar...

Acontece com frequência esquecer-me das razões pelas coisas faço determinada coisa e só mais tarde, depois de alguma reflexão, percebo a essência daquilo que fiz...Com a escrita isso acontece, aqui no blog isso acontece, apesar de nem sempre querer expor directamente aquilo que pretendo transmitir. Alguns perceberão, outros senti-lo-ão...
Hoje quando transcrevi a letra da música "I wish" queria dedicar este post mas esqueci-me.
Quero dizer e pedir para continuarem a acreditar, a lutar, a querer...só assim podemos chegar, não sei bem onde, isso depende de cada um, mas dizem que se chama felcidade! Lutem pela coisa mais simples, mas também por coisas valiosas, sejam elas uma amizade, um trabalho, bem-estar, dinheiro, uma noite, um copo, uma boa conversa ou um grande amor...Quem sabe se não conseguiremos, quem sabe se o óbvio e o fácil não se torna indispensável até para respirar e aquilo pelo que ansiosamente lutamos faz tempo, anos até, não se tornará fútil, desnecessário e sem importância. A vida é feita de prioridades ou serão antes as prioridades uma forma de vida!
Quero desejar a todos que desejem sem parar e eu desejo-vos um Feliz Natal, para mim quero apenas um ano de 2009 sem desilusões, as deste ainda doem!

I wish! Desejo mesmo, mesmo!

Please don't be scared
I won't disappoint you
just look at my face
I shouldn't love you any way

I wanna try it...
I think
I'm already trying!
I'm already trying!

Because I believe it
Yes I believe it
And I am trying...

Please keep fighting... Keep fighting
Together we can build something beautiful
Please keep fighting...
Together we'll build love

I can't live without you
Could I ever learn how to live with you
Because I believe it
Yes I believe it
And I I'm trying...

Please keep fighting...
Keep fighting
Together we can build something beautiful
Please keep fighting...
Together we'll build love

Please keep fighting...
keep fighting...
Please keep fighting...
keep fighting...
fighting... fighting...

I won't give up on you
please keep fighting
together we'll build love

don't you give up now on me,
I won't give up on you...



Drive feat Lúcia Moniz

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Bonecas Russas

Tal como a maior parte dos seres humanos procuro o amor, o verdadeiro, o para sempre, o que faz sorrir, não sei qual é, mas procuro-o...Não é procurar olhando à volta, atrás de cada esquina!É mais um procurar interno, um entregar-se ao outro cada vez que o coração bate descompassadamente, esperando que dessa vez o coração bata durante mais tempo da mesma forma pela mesma pessoa...Se isso já me tivesse acontecido e os deuses já tivessem percebido que já tenho a minha dose de experiências mal sucedidas, hoje escreveria sobre ser mulher de alguém que se ama, mas também sobre como é bom ser mãe...
Assim, continuo a encaixar cada experiência de relacionamento e cada paixão na anterior, como se de bonecas russas se tratasse a minha vida afectiva...Temo que à medida que os anos vão passando e depois de algumas bonecas já encaixadas, o seu tamanho, de tão pequeno, me impeça de encaixar as novas nas anteriores...Para ser sincera, à medida que o tempo passa tenho cada vez mais dificuldade em encaixar a boneca na anterior e mais ainda em compreender se ainda há espaço para mais uma!Tenho a colecção de bonecas russas completa e é-me completamente impossível haver espaço para mais uma, pelo menos, por enquanto. Talvez da próxima vez, a próxima boneca seja tão pequena que não valha a pena, talvez eu consiga brincar tão pouco que o amor deixe de fazer sentido enquanto sonho a cumprir!Sei lá...Vou pôr as bonecas à janela pode ser que assim ainda sirvam de modelo de decoração a quem não sabe o que lhe fazer e não tenha por hábito encaixá-las!!!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Nem bem, nem mal!

Nem sempre é fácil conciliar opiniões, maneiras de ser, de estar, de sentir...ultimamente tenho sentido alguma dificuldade em me fazer compreender, nem sempre me sinto capaz de chegar aos outros, de tentar que os outros percebam aquilo que quero transmitir! Não sei muito bem o que se passa comigo...ando meia assim!Nem sem explicar...até pareço o sol de Inverno por detrás de nuvens escuras numa manhã fria...o vento sopra mas nem sempre na mesma direcção!O sol brilha mas pouco forte, não me chega a aquecer, nem o corpo, nem a alma! Nem tão pouco me deixa bem o suficiente para conseguir dizer o que quero, quando quero e da forma como quero!Medir palavras é tão sufocante quanto manter o silêncio diário, mesmo com vontade de gritar sem parar!!!!Se pudesse ir ao encontro da lilianolândia, já aqui não estaria...O meu mundo é de fácil gestão...mas gerir o meu mundo com os outros...credo, até tenho vontade de fugir!!!!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Dúvida por detrás de outrem...

Passar os dias a reflectir, a racionalizar e a transferir sentimentos para o lado de cá do cérebro, aquele que nos impede de sentir e nos deixa sempre mais tristes...Afinal qual o lado bom destes momentos sem sentido?
Não perceber a existência humana é questionar sem parar o funcionamento da nossa mente?Queria poder ter um botão (push the button), aquele que depois de pressionado me permitia ir mais além, me deixava fazer sem perguntar se estava bem feito, aquele que dava largas à imaginação, me deixava livre e solta...Não sou uma louca controlada, sou uma insana controlada à força por uma mente retrógada que por defeito de fabrico e de formação chegou ao cúmulo de quer fazer aquilo que não se permite fazer!

As ideias, as vontades, os desejos e incrivelmente os sentimentos ganham sentidos proibidos constantes impostos por um código, quase semelhante ao da estrada, que todos conhecem mas poucos cumprem! Os sentidos proibidos da minha mente deixam-me quase louca: faço, não faço; vou, não vou; sinto, não posso sentir; quero, não posso querer...Era preferivel um sinal de rua sem saída que estes constantes sentir é proibido que me imponho de uma forma ditatorial!

Os meus momentos de equilíbrio são tão transitórios...Crio logo, de novo surgem...novos problemas, novas incertezas e consequentemente novas contradições.

A minha existência tem em si a dúvida e o seu principal sinal são os contínuos processos de agitação e transformação...

domingo, 16 de novembro de 2008

Meu amor, era de noite!!

E em meia dúzia de páginas de um livro do qual não esperava encontrei sábias palavras capazes de resumir ideias que poderiam dar volumes de uma colecção sobre o que é ser humano.
Partilho aqui alguns parágrafos que roubo, entre aspas, a Vasco Graça Moura.
"Mas há pessoas que dizem querer sempre mais e mais e acabam a reduzir-se ao mínimo por iniciativa própria. Com isso destroem tudo: o que mais que quereriam, o mais que nunca chegam a ter, o menos em que resvalam e a sinceridade que aparentavam."
"Há pessoas que garantem solenemente uma coisa e fazem outra, a poucos dias de distância, fabricando de modo articifial um simulacro de espaço moral e uma hipótese de esquecimento, tudo em nome de uma dignidade mal-entendida. Talvez essas pessoas tenham medo da solidão e prefiram hipotecar ao futuro, contabilizando o presente desde já."
"A primeira saudade é a de um bem-estar fulgurante e tranquilo, de uma sensação que inunda a alma e corpo por dentro e que nos leva a sentir que nada está fora do seu lugar, que se está certo nesse lugar e certo na relação de um com o outro, que tudo é musical e luminoso, que a harmonia está numa compreensão íntima a vir de uma tensão permanente de ternura, inteligência, sensibilidade e desejo."
Agora deixo um desafio aos mais hábeis e corajosos: qual é a segunda saudade?

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A coragem de estar/ser sozinho!

Durante muito tempo me perguntei de que forma estar sozinho e não ser chateado por ninguém poderia ser uma tristeza. Muitas foram as vezes em que não percebi as tuas queixas. Afinal, sempre que eu estava sozinha tinha tempo, espaço e disponibilidade para me reencontrar e estar comigo.
É certo que tudo na vida acaba por ter um sentido, mais cedo ou mais tarde, mas talvez aconteça fora de tempo. Queria poder dizer-te que te compreendo, que aceito e até concordo com tudo o que me foste dizendo ao longo dos anos, mas hoje é tarde, pois não me vais ouvir, nem sentir aquilo que sinto como fazendo parte do teu eu, sempre disponível, teimoso, perspicaz, lutador e honesto. Ainda bem que me foste ensinando e transmitindo coisas. Ainda bem que não desististe cada vez que gritei e te disse que não. Ainda bem que percebeste que era, primeiro, uma criança e, depois, uma adolescente. Hoje sou uma mulher que sente a tua falta…
Sabes, se calhar não sabes porque nunca te disse, mas foste, és e serás uma das pessoas mais importantes da minha vida. Lembrei-me do sabor e do cheiro das tuas costeletas de cebolada que nunca ninguém, nunca mais, conseguiu fazer assim. Lembro-me de ti sentada a acompanhar mais um episódio da novela com entusiasmo de esquecer tudo o que te rodeava. Lembro-me de ti queixando-se de mais um dia de solidão, sem partilha e sem retorno, sem paixão e sem amor. Lembro-me de mais um esquema que conseguias elaborar para poderes ir passear. Lembro-me de tudo, tudo o que me ensinaste, tudo o que sem querer me transmitiste, tudo o que fui aprendendo sem que tivesses a intenção de me ensinar…Lembro-me da tua forma peculiar de ser carinhosa, da tua dádiva e do teu sofrimento por perderes uma filha e um companheiro de vida num curto espaço de tempo. Lembro-me todos os dias de ti.
Recordo com saudade os momentos passados, lembro com paixão aquilo que ainda sinto cada vez que discuto com ele como se fosses tu e eu fosse adolescente.
Gostaria que pudesses sentir os meus dias como eu sinto. Tenho a certeza que estarias aqui muito orgulhosa daquilo que foste capaz de fazer por mim e de mim. As bolhinhas que correm no meu sangue e que me impulsionam a ser e a fazer são também tuas.
Sabes…sou psicóloga e trabalho todos os dias com o coração e a alma como principais ferramentas. Lembras-te? Era de alma e coração que gostávamos uma da outra. Afinal, muito do que sou é parte daquilo que és. Continuas viva dentro de mim e é com parte daquilo que me deixaste que trabalho diariamente…Obrigada e Parabéns…

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Imprevisivelmente futurista!


Sentada na varanda depois de um jantar de pizza caseira pensava no percurso percorrido até aqui. Aquilo que me trouxe aqui, tudo o que perdi, deixei para trás e como aqui cheguei. E não, não falo da forma como vim, afinal só se entra na ilha ou de barco ou de avião e como de marinheiro não tenho nada, vim de avião. Falo do caminho, das coisas porque passei e das vivências aqui passadas que nunca imaginei...falo das pessoas que aqui reencontrei, com as quais convivo, das com quem trabalho e daquelas com quem co-habito. Nunca, no ano lectivo 2006/07, quando partilhava reuniões de estágio e/ou mestrado pensei alguma vez voltar a encontrar algumas pessoas e ser possível crescer uma tal amizade.
Afinal quando tentava prever o futuro não cabiam nos meus planos tais vivências. Sempre pensei poder controlar a minha vida, sempre sonhei com aquilo que queria para mim e nunca imaginei nem sequer conseguir, até porque a minha teimosia faz de mim alguém que acredita nos seus ideais e luta...contudo, cada dia faz parte do passado, mas também foi um futuro que imprevisivelmente era uma surpresa.
Um dia, há muitos anos atrás, acreditei que podia prever ou melhor adivinhar o meu futuro, hoje sei que posso fazê-lo mas nunca de uma forma realista...tratam-se de sonhos diários e não de acções ou vivências concretas. Engraçado como alguém de 25 anos deixa de acreditar no dia de amanhã e passa a viver cada dia de forma única, deitando-se à noite sem imaginar o que o futuro lhe reserva...afinal a realidade serve-se crua e fria e de idealista tem muito pouco! As mágoas são algumas e encerram em si desilusões de um dia ter planeado o imprevisível futuro...o melhor da vida são as surpresas!!!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Numa viagem...

De regresso à escrita quero partilhar uma viagem de Ponta Delgada à Povoação. Depois de almoço, ainda não tinha iniciado a digestão já as curvas me embrulhavam o estômago. No vai e vem de mudanças percebi que a arte de ser habitante de uma ilha implica uma enorme capacidade de improviso e compreensão. Fazendo um balanço de 7 meses tenho algumas opiniões acerca da forma como as pessoas são quase incapazes de perspectivar e antecipar consequências. Os dias são vividos de forma tão intensa que talvez todos se deitem "como se não houvesse amanhã". O amanhã dos ilhéus é qualquer coisa de imprevisível, quase impensável, é uma entidade misteriosa que aparece vinda do além, como se de D. Sebastião se tratasse, cada vez que amanhece. Esta forma de vida, primeiro estranha-se, depois logo se entranha!Trata-se de um cenário peculiar nos primeiros meses, principalmente para quem vem do interior e só via o mar nas excursões da época balnear uma vez por ano.
Agora que aprendi a compreender o improviso custa-me a planear...mas quem se haveria de lembrar de comprar viagens de avião para o Natal em pleno Agosto?São tantas as vezes que os pensamentos dicotómicos me invadem que, se não soubesse, diria que estados esquizofrénicos não são assim tão invulgares em mim...
Quando cheguei ao destino estava capaz de deixar lá o almoço, mas num instante percebi que a capacidade de cada um de nós tem de compreender o outro poderá ser a melhor ferramenta de crescimento interior e pessoal. Compreendi que ser flexivel é melhor que ser bonito... e mais, ontem compreendi que a amizade assente na sinceridade e na capacidade de escuta é das armas mais fortes contra o passar do tempo!Não sou lá muito organizada mas talvez haja alguém que perceba esta mensagem!
Na adolescencia nem sempre é fácil dizer o que se pensa de forma directa. Quantas vezes me socorri de artimanhas para levar a água ao meu moinho?Ainda bem que existe a compreensão e a amizade, assim posso fazer um hino e prestar homenagem a todos quantos me deram uma segunda oportunidade, aquela que me permitiu crescer, reconhecer erros e pedir desculpa, mostrando a mesma pessoa com muito mais capacidade de discernimento. O mote foi uma viagem física, mas a viagem espiritual desde os 15 anos levou-me a escrever-te estas linhas!
Fica aqui um obrigada pela tua capacidade de compreender, perdoar e continuar a gostar. Será que a cidade mais bonita do continente é aquela que dizias ou o teu coração está, ele sim, repleto de beleza?

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Deixar para lá!


Quantas vezes no nosso dia-a-dia dizemos a frase "deixa para lá!" ou frases sinónimas?

Quantas vezes, apesar de não a dizermos, fazemos gestos e nos comportamos ou nada fazemos, que em tudo se assemelha a um "deixa para lá!" frequente?
E quantas vezes pensamos o que sente o interveniente directo da nossa acção ou melhor da nossa não-acção?
Assumo hoje aqui que faço isto inúmeras vezes, que me esqueço do outro; que deixo para segundo, terceiro ou quarto plano gente que aprecio, de quem gosto, com quem quero poder estar. Será que anda meio mundo triste com outro meio?
Quantos de nós já sofremos na pele um "quero lá saber de ti" ou um "deixa para lá"? Quantos são aqueles que nunca foram rejeitados?Será que os há?
Já sofri na pele algumas rejeições mas, sem dúvida, que também já rejeitei, já abandonei e já fiz sofrer. O ciclo que é a vida presta-se a uma circularidade sem fim, como se a vida nos estivesse sempre a pôr à prova...Fizeste?Agora sofrerás também!
De repente apercebo-me que esta minha versão da vida me estanca num enredo do qual não sairei se não pegar na ponta do novelo e não o tentar desenrolar! A culpa é da ilha...será mesmo?Convictamente digo há cerca de 6 meses que estou zangada com a ilha porque a culpo, afinal é muito mais fácil sacudir a água do nosso capote e fazer chover literalmente noutra praia. Talvez eu não queira sair deste ciclo vicioso ou mesmo virtuoso porque enganar os outros é reprovável, mas enganarmo-nos é uma virtude invejável, fruto de mentes sentimentais mas enfadonhamente pensativas!

Credo, que confusão!
Perdi o fio à meada e deste novelo só se aproveitam algumas ideias: todos já fomos sujeitos, mas também complementos directos dos verbos abandonar e rejeitar, da expressão "deixa para lá" e dos novelos que mentes criativas enrolam à volta da nossa cabeça.
A minha ideia inicial era reflectir acerca da dor que pode sentir alguém que foi abandonado, mas depois pensei como será viver com a culpa de um dia ter deixado alguém para trás e de repente a fuga de pensamentos invadiu-me e deixei de pensar e apenas senti. Desculpem!
Desabafos.........

domingo, 19 de outubro de 2008

12ª oportunidade...

Passar os dias a reflectir, a racionalizar e a transferir sentimentos para o lado de cá do cérebro, aquele que nos impede de sentir e nos deixa sempre mais tristes...Afinal qual o lado bom destes momentos sem sentido?Não perceber a existência humana é questionar sem parar o funcionamento da nossa mente?Queria poder ter um botão (push the button), aquele que depois de pressionado me permitia ir mais além, me deixava fazer sem perguntar se estava bem feito, aquele que dava largas à imaginação, me deixava livre e solta...Não sou uma louca controlada, sou uma insana controlada à força por uma mente retrógrada que por defeito de fabrico e de formação chegou ao cúmulo de quer fazer aquilo que não se permite fazer! As ideias, as vontades, os desejos e incrivelmente os sentimentos ganham sentidos proibidos constantes impostos por um código, quase semelhante ao da estrada, que todos conhecem mas poucos cumprem. Eu cumpro, não o da estrada, mas aquele que me limita e me organiza. Os sentidos proibidos da minha mente deixam-me quase louca: faço, não faço; vou, não vou; sinto, não posso sentir; quero, não posso querer...Era preferível um sinal de rua sem saída que estes constantes sentir é proibido que me imponho de uma forma ditatorial!Sou imensamente castradora comigo própria!Os meus momentos de equilíbrio são tão transitórios...Crio logo, de novo surgem...novos problemas, novas incertezas e consequentemente novas contradições.
A minha existência tem em si a dúvida e o seu principal sinal são os contínuos processos de agitação e transformação...
Vale a pena pensar que depois desta tomada de consciência irei conseguir dar-me uma 2ª oportunidade, talvez uma 12ª oportunidade, pois todos nós temos o dever de errar, mas mais que isso, temos o dever de tentar novamente, de fazer diferente, de poder olhar para trás e reescrever uma história que é a nossa!
Posso deixar parágrafos incompletos e voltar mais tarde a olhar para eles numa nova perspectiva, ensaiando novas frases, novas ideias, novas acções. E se nada mudou?Pelo menos eu tentei, tentei mudar o rumo do parágrafo, tentei e tive uma 12ªoportunidade.
Afinal fazer diferente é tão difícil quanto dar novas oportunidades a nós próprios, mas também aos outros!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A arte de ser coerente

Hoje passei o dia em confronto directo com o meu Eu...Que dia extenuante!Dúvidas, questões e compreensões de realidades!Credo...às vezes é quase preferível não pensar.
Coerência significa, numa busca rápida pelo dicionário, ligação, conexão, de um conjunto de ideias ou de factos, formando um todo lógico. Hoje perguntei-me se não será muito mais do que isto.
A coerência parece-me uma entidade utópica! Ser coerente é muito mais do que formar um todo lógico, é conseguir manter no mesmo nível pensamentos, sentimentos e comportamentos, é conseguir ser ontem, hoje e amanhã o mesmo ser humano. Claro que não estou defendendo o não crescimento interior, isso fará sempre parte da natureza humana, mas crescer não aplica mudança quantitativa e sim qualitativa.
Será que a sociedade se esqueceu que a coerência é uma das virtudes mais importantes?A falta desta virtude leva, sem dúvida, à descrença. Atravessamos uma crise económica, mas a meu ver a crise dos valores trará a longo prazo consequências muito mais devastadoras.
Para mim a arte de ser coerente implica duas batalhas diferentes, ou seja, conseguir diariamente, em todos os momentos das 24 horas, manter o meu Eu em uníssono com aquilo que penso, sinto e faço, mas também conseguir dizer uma coisa hoje e fazer amanhã precisamente aquilo que vai de encontro a essa coisa e não o seu contrário!Tarefa árdua...
E quantas vezes a sociedade, para não especificar nada pois não quero levar estas ideias para o campo pessoal, nos exige que nos comportemos de uma maneira, quando na realidade pensamos e sentimos o seu inverso????
Talvez seja necessário atribuir a este encanto, a esta capacidade, a esta virtude, um número, tal como atribuímos ao cinema o número 7 das artes.
Parece que ser coerente é tão artístico e espectacular quanto realizar e produzir um filme!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Coragem e dualidade!

No meio de um serão sem saber o que ler resolvi comprometer-me com a escrita. Afinal adoro partilhar pensamentos mas tenho sempre tanto medo de me comprometer. Não queria criar um blogue que me obrigasse a escrever todos os dias, algo que se tornasse uma obrigação, ou seja, não queria, nem quero um compromisso...Finalmente ganhei coragem e hoje, dia 13 de Outubro, numa dualidade tremenda resolvi criar um espaço que será livre. Nada prometo, nem quero que esperem nada de mim, ou melhor, dos meus pensamentos! Aguardem, apenas uma escrita pura, inocente, honesta, sincera e muitas vezes brutificada pelos sentimentos...
Inauguro hoje o meu cantinho